terça-feira, 4 de maio de 2010

Cotidiano

Incrível como passamos pelos mesmos lugares, dizemos olá ou até mesmo só expressamos um sorriso para as mesmas pessoas todos os dias, e nem percebemos isso. Detalhes que são tão importantes, mas, já estamos acostumados demais para notar. Fazemos coisas automaticamente, sem precisar ficar pensando muito nisso. O barulho do portão rangendo quando o abro logo pela manhã, o orvalho sobre a grama e o céu... ah, o céu... ele me dá a honra de presenciá-lo quando ainda está acordando, o sol surge aos poucos para me dar bom dia. Virando a esquina, acabo de sair da tranquilidade do lar, dando de cara com o mundo lá fora. Esse não me parece ser tão ruim assim, existem muitas coisas boas, só precisamos saber para onde olhar. A natureza sempre presente, o sol caminha junto comigo. E o vento está a meu favor. Sons de carros, buzinas, máquinas, músicas, conversas, risadas, bocejos, lamentos, vassouras em áreas sujas, em lugares molhados pela chuva da noite anterior. Gente por toda parte; caminhando, estendendo roupa, dirigindo o carro, tomando chimarrão, cuidando do jardim, pedindo informação, indo tomar café na padaria. Calçadas rachadas, que me obrigam a cuidar para não pisar em seus desníveis. Casas, prédios, igrejas, comércios e escolas, que, com suas arquiteturas, contam sobre a história e a cultura das diferentes etnias que vivem aqui. Extraordinário como o simples ato de sair e caminhar até a escola pode nos proporcionar tais visões. O dia-a-dia pode ser fantástico se você souber apreciar bem os mínimos detalhes. Quando volto para casa percebo como é bom viver aqui. Estar no meio do nada, ou talvez até de um tudo, é assim que me sinto em relação a essa cidade. Depois de um deslumbrante dia, o sol finalmente se vai. Despedindo-se em sua explosão mágica de cores, me desejando boa noite, dando lugar a lua e me dizendo adeus.

(Texto produzido em aula)
Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não tá cabendo só no meu”. (Tati Bernardi)